Crônica: Castelo Rá-Tim-Bum e o Brasil das Fachadas
Ah, meus amigos, o “Castelo Rá-Tim-Bum”! Esse monumento à imaginação, esse colosso de fantasia e inteligência, ergueu-se na TV brasileira como um protesto silencioso contra a burrice e o desleixo. Onde mais um rato falante podia nos ensinar ciências e um bruxo desajeitado fazia magia sem humilhar a inteligência de ninguém? Era um Brasil que ainda sabia contar histórias, que ainda tinha vergonha na cara. O "Castelo" não subestimava a criançada, nem despejava narrativas vazias com rótulos de educativas. Ali havia história, havia criação, havia algo que se podia chamar de arte. E olhem onde estamos agora! Vivemos uma era de fachadas, meus caros. A novela, que já foi a crônica do nosso povo, cheia de amores mal-resolvidos e traições épicas, virou um desfile de personagens sem substância. Peguem, por exemplo, "O Rei do Gado": uma história simples, é verdade, mas impregnada de amor, de luta, de Brasil. A novela era bruta, feita de carne e osso, cheia de gente que amava