Crônica: O Homem Moderno e o Beijo de Judas
Ah, o homem moderno! Tão civilizado, tão cheio de certezas, de discursos inflamados e de palavras que soam bonitas na teoria, mas que murcham no calor da realidade. O homem de hoje, com sua camisa social impecável e seu celular de última geração, pensa que deixou para trás todos os mitos e lendas do passado. Mas não se engane, meu amigo: o homem moderno é, no fundo, um Judas com um sorriso de marketing, capaz de vender a própria alma — e a dos outros — pelo preço de trinta moedas de conforto. Sim, Judas, o traidor, não está morto. Muito pelo contrário. Ele está mais vivo do que nunca, andando entre nós de cabeça erguida, orgulhoso de seus feitos. Porque o homem moderno olha para Deus e, no fundo de sua alma (se é que ainda acredita ter uma), acha que Ele deveria ser algo mais prático, mais funcional, mais eficiente. Judas, o primeiro homem prático da história, fez o mesmo. Olhou para Jesus, viu seus milagres, ouviu suas palavras sobre amor e perdão, e teve aquela certeza moderníssima: