O Poço: Um Alucinado Abismo de Pretensões e Caricaturas
Ah, a Espanha, esse berço de paixões e dramatizações! Enquanto nós, brasileiros, temos que nos contentar com a novela das oito, eles brindam o mundo com produções que fazem o público suspirar e a Netflix festejar. O que temos aqui? "La Casa de Papel", "Elite", "Vis a Vis" e "As Telefonistas". E agora, como se não bastasse, lançam *O Poço*, de Galder Gaztel-Urrutia, que vem com a promessa de ser a obra-prima da estranheza. Contudo, é mais um daqueles jantares em que você se senta, anseia por um banquete, mas acaba com uma amostra de um prato que nunca chega. Vamos à história: Goreng (Iván Massagué) acorda em uma cela sem grades — bem, isso já deveria acender uma luzinha de alerta. Imagine, você acorda em uma prisão onde o único acesso ao mundo é um buraco em cima e outro embaixo. Aqui, o chef é a própria sociedade, servindo um rodízio de comida que revela a verdadeira essência humana: quem está em cima se empanturrando enquanto os de baixo se