A Eterna Tragédia da Traição

Ontem me deparei com uma notícia que parecia saída das páginas mais sombrias de um folhetim policial. Uma mulher, tomada por um ciúme que nem sequer tinha provas, despejou uma panela de água fervente sobre o marido. A suspeita? Uma mensagem, talvez um boato, talvez uma ilusão. Não havia certeza mas havia a violência. E eu me pergunto: a traição é algo tão hediondo a ponto de justificar o surto, a fúria, a mutilação? Ou será que nos tornamos escravos de uma cultura que alimenta a suspeita e o ressentimento como se fossem combustíveis do amor? As estatísticas são claras: pesquisas apontam que entre 40% a 60% dos relacionamentos já sofreram algum tipo de infidelidade. Isso não é apenas um dado; é uma tragédia anunciada, repetida, cantada em refrões de música popular, em novelas e séries que fazem da traição um espetáculo. Basta lembrar a canção “50 Reais”, que fez multidões cantarem a desgraça da infidelidade como se fosse catarse coletiva. Mas pergunto: quando foi que a traição dei...