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Mostrando postagens de junho, 2025

Crítica Filme a Lenda: “A Tentação Usa Vestido Preto” — Uma Tragédia em Flor e Chifre

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  “A Lenda” não é apenas um conto de fadas. É uma missa negra, um teatro grego, um beijo no rosto dado pelo diabo em pessoa. É a história de como a beleza seduz, como a pureza vacila, e como o mal — ah, o mal! — aparece mais bem vestido que todos os anjos do céu. Sinopse à moda antiga, com pecado e purpurina Jack é um jovem da floresta, meio selvagem, meio santo, completamente apaixonado por Lily, uma princesa que tem o rosto de um anjo e o coração… bem, o coração é terreno demais. Lily, como toda mulher de tragédia, não resiste à tentação de tocar o que é sagrado — os unicórnios — e com isso entrega o mundo à escuridão. A floresta mergulha na noite. O Senhor das Trevas, que parece ter saído de um pesadelo dirigido por Dante Alighieri e maquiado por um demônio apaixonado por teatro, aparece com seus chifres monumentais e sua voz cavernosa para oferecer a Lily o que ela nunca teve: o poder de ser desejada pelo próprio mal. A Tentação não é gritada. É sussurrada. O mais terrível do f...

“Bruxas de Batom e Perfume: A Maternidade Deturpada, a Criança Rata e o Mundo que Odeia os Inocentes”

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Existe um mal que se esconde de batom e perfume. Ele veste salto, fala doce, distribui balas — e mata a infância. É esse o horror mais profundo por trás do filme Convenção das Bruxas (1990), adaptação do livro de Roald Dahl. Um terror infantil que, ao ser visto com olhos cristãos e conservadores, revela um grito silencioso contra a deturpação da figura materna, o ódio às crianças e o triunfo do hedonismo disfarçado de empoderamento. O demônio da maquiagem: quando o rosto cai A cena mais emblemática do filme é quando as bruxas tiram suas “máscaras” — maquiagem, perucas, unhas postiças. É o momento em que a feminilidade de fachada dá lugar ao demônio por trás do verniz. Não é mais uma mulher: é um monstro que odeia a pureza. Como diria Olavo de Carvalho: “a mentira moderna vem bem vestida, perfumada e com diploma.” A bruxa moderna já não vive em florestas, mas em redes sociais, fóruns ideológicos, escolas progressistas. O feminismo radical, que pariu um tipo de mulher que rejeita a mater...

“A vilã que não sabia que era vilã (e o rapaz que amou demais)”

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Estava eu em casa, numa dessas noites solitárias em que a alma parece pedir companhia e o catálogo do streaming oferece melancolia em alta definição. Eis que me salta aos olhos um título conhecido: 500 Dias com Ela. Eu já tinha visto, claro. Uma vez, duas talvez. Mas ali, parado, pensei: “E se eu assistir de novo com o pensamento que tenho hoje? Será que ainda vou odiar a Summer? Será que ainda vou sentir pena do Tom?” Apertei play. E ali estava ela: Summer, a moça inteligente, enigmática, que desde o começo dizia que não queria nada sério. E ali estava ele: Tom, o arquiteto romântico, vítima das suas próprias ilusões, que insistia em projetar nela a mulher perfeita que só existia na sua cabeça — uma mistura de Amélia com a musa de um clipe dos Smiths. No primeiro olhar, Summer parecia a vilã. Depois, Tom, o bobo. Mas hoje, com o Brasil atolado até o pescoço na lama emocional das redes sociais, do Tinder, do narcisismo e da autoajuda tóxica, percebo algo muito mais fundo — e muito mais...