“Bruxas de Batom e Perfume: A Maternidade Deturpada, a Criança Rata e o Mundo que Odeia os Inocentes”

Existe um mal que se esconde de batom e perfume. Ele veste salto, fala doce, distribui balas — e mata a infância. É esse o horror mais profundo por trás do filme Convenção das Bruxas (1990), adaptação do livro de Roald Dahl. Um terror infantil que, ao ser visto com olhos cristãos e conservadores, revela um grito silencioso contra a deturpação da figura materna, o ódio às crianças e o triunfo do hedonismo disfarçado de empoderamento.

O demônio da maquiagem: quando o rosto cai

A cena mais emblemática do filme é quando as bruxas tiram suas “máscaras” — maquiagem, perucas, unhas postiças. É o momento em que a feminilidade de fachada dá lugar ao demônio por trás do verniz. Não é mais uma mulher: é um monstro que odeia a pureza. Como diria Olavo de Carvalho: “a mentira moderna vem bem vestida, perfumada e com diploma.”


A bruxa moderna já não vive em florestas, mas em redes sociais, fóruns ideológicos, escolas progressistas. O feminismo radical, que pariu um tipo de mulher que rejeita a maternidade, vê a criança como “obstáculo à liberdade”. Essa é a nova convenção das bruxas: uma reunião do pensamento anticristão que deseja transformar todos os meninos em ratos.

A ratazana como símbolo da masculinidade castrada

O protagonista, um garoto órfão que vira rato pelas mãos das bruxas, representa a masculinidade fragilizada, infantilizada, rejeitada. Ele é reduzido à condição de criatura rastejante, escondida — exatamente o que se faz com os homens hoje: são envergonhados, domesticados, silenciados.

Nelson Rodrigues diria que “toda unanimidade é burra”, e hoje a unanimidade do discurso cultural é: o homem é culpado. Ser menino é perigoso. O masculino é tóxico. A mulher, vítima eterna. O resultado? Um mundo de adultos em crise, com identidades trocadas e traumas nunca tratados

Síndrome pós-traumática e Shakespeare: “os inocentes não dormem”

Como em Shakespeare, há um peso psíquico no mal cometido. As bruxas odeiam crianças porque nelas está a pureza que elas perderam — ou nunca tiveram. Como Lady Macbeth, elas lavam as mãos… mas o sangue continua. É a síndrome pós-traumática do pecado não confessado, da culpa projetada no outro.

E quem paga o preço são os meninos-ratos: as vítimas silenciosas de uma geração adulta que idolatra a liberdade, mas aborta a responsabilidade.

A Igreja em silêncio, o mercado em festa

Segundo dados da OMS, mais de 121 milhões de gestações por ano são indesejadas. A natalidade despenca, enquanto cresce o mercado de “autonomia feminina”, que movimenta bilhões. Como alertava a Escola de Frankfurt, tudo se torna mercadoria — até o útero, o afeto, a infância.

A cultura pop glamouriza a feitiçaria, o aborto, a rejeição ao lar. O “mãe é quem cria” virou “mãe é quem não atrapalha minha carreira”. E a Igreja? Muitas vezes, silenciada por dentro. E os homens? Domesticados. Congelados. Rastejando como ratos atrás de migalhas afetivas.

A solução? Um exorcismo de ideias

É preciso exorcizar a cultura, não com ódio, mas com lucidez. Como dizia Machado de Assis: “o pecado que mais custa a confessar é o da vaidade.” Temos que reabilitar a maternidade como vocação sagrada, a infância como tesouro e a masculinidade como missão.

Como diria Nelson Rodrigues, “a pior forma de corrupção é a da alma.” A Convenção das Bruxas continua — só que agora, com hashtags e aplausos.

E como católicos, resta-nos agir como o protagonista do filme: mesmo em forma de rato, lutar. Mesmo pequeno, resistir. Mesmo invisível, continuar homem.




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