Nunca fomos tão conectados e, ao mesmo tempo, nunca estivemos tão sozinhos. O sujeito acorda, boceja, coça o umbigo e, antes de dizer “bom dia” à esposa – se ainda houver uma –, já está abrindo o WhatsApp. Mas, atenção: ele não quer conversar. Ele quer ver sem ser visto. A tecnologia, que um dia prometeria nos unir, hoje nos oferece um verdadeiro arsenal para fugirmos uns dos outros. A cada atualização, as redes sociais nos dão novos meios para desaparecer. No WhatsApp, você pode tirar o “visto por último”, pode sumir com os checks azuis, pode esconder sua foto, pode silenciar alguém para sempre. No Instagram, pode arquivar, restringir, bloquear sem que o outro saiba. E assim seguimos, colecionando contatos sem jamais precisar olhá-los nos olhos. Os números da indiferença O que vemos é uma geração que se esconde. Segundo um estudo da We Are Social (2024), 63% das pessoas já ignoraram mensagens intencionalmente sem sequer abrir. Mas, ao mesmo tempo, 78% a...
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